O polêmico deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) desafiou o governo nesta quarta-feira (21) a acabar com o imbróglio gerado pelo escândalo das cartas de crédito e recolher do mercado os títulos que porventura completaram o processo de compensação e pagar logo aos agentes de administração fazendária (AAF) o valor real da dívida com eles, que hoje estaria por volta mais de R$ 2,5 bilhões com correções e juros.
Fabris se referia aos R$ 271,9 milhões em títulos que chegaram a iniciar o processo de compensação no Estado até a assinatura do decreto que suspendeu os processos devido às investigações da Delegacia Fazendária (Defaz), que deflagrou a operação ‘Cartas Marcadas’.
As cartas foram emitidas pela Secretaria de Estado de Administração (SAD) para cumprir acordo do governo com os AAF. Cerca de R$ 636 milhões em cartas foram emitidos após os servidores abrirem mão de mais de 60% do valor total, que seria superior a R$ 1,28 bilhão com correções monetárias e juros (em 2000, o valor homologado inclusive pelo Ministério Público era de R$ 54 milhões).
O parlamentar enfatizou que, mesmo que esses R$ 271,9 milhões em cartas já estivessem todos compensados, o governo ainda assim não teria sofrido prejuízo algum – como aponta a Defaz – porque a própria Auditoria -Geral do Estado (AGE), mesmo contrariando o cálculo dos servidores, estimou em aproximadamente R$ 380 milhões o valor que os servidores deveriam receber antes do acordo com governo, que ocorreu em 2008.
Outra provocação de Fabris foi sugerir que uma nova auditoria fosse feita nos números por meio de uma empresa de consultoria cujo contrato poderia ser bancado por ele mesmo com sua restituição de imposto de renda. “Sobrou um pouquinho”, ironizou.
Fonte Olhar Direto.
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